REGIÃO DE MONTALEGRE

10Jun2006

Faz hoje 1 ano que comprei esta mota, e em nada estou arrependido, tal tem sido o prazer que ela me proporciona, em vários sentidos. Por isso pensei ir a uma zona sempre agradável para viajar, que é a zona de Montalegre. Como de costume, bem cedo levantei-me, preparei o farnel (há que dar uso ás malas da mota), e quando eram 09H30m já estava a passar frente á Câmara de Póvoa de Lanhoso, terra bem antiga, ostentando um Foral desde 1292. Parei na rotunda da Maria da Fonte, cidadã desta terra, que iniciou uma revolução popular na primavera de 1846 contra o governo de Costa Cabral A revolta resultou das tensões sociais remanescentes das Guerras Liberais, exacerbadas pelo grande descontentamento popular gerado pelas novas leis de recrutamento militar, por alterações fiscais e pela proibição de realizar enterros dentro de igrejas. Começou por uma sublevação popular que se foi progressivamente estendendo a todo o norte de Portugal. A instigadora dos motins iniciais terá sido uma mulher do povo chamada Maria, natural da freguesia de Fonte Arcada, que por isso ficaria conhecida pela alcunha de Maria da Fonte. Á saída, parei perto do Monte da Sra. do Pilar, onde se encontra o Castelo, local ocupado desde as culturas castrejas e pelos romanos, onde D. Teresa passou importantes momentos da sua vida, e muito concretamente aquando da sua derrota na Batalha de S. Mamede, de onde decorre a lenda do chamado "Pecado Original", quando D. Afonso Henriques aprisiona sua mãe neste Castelo. Enquanto fotografava o dito Castelo, passou um grupo de Motards. Segui-os até ao desvio do Gerês, onde curvaram e eu segui em frente. A N 103, que liga Braga a Chaves, é um espectáculo de estrada, com óptimo piso, muito boas curvas e uma paisagem deslumbrante.

Sem dar por mim cheguei á Barragem da Venda-Nova, onde desviei para Montalegre. Atravessei aldeias perdidas, belas paisagens e a Barragem do Alto Cavado. Montalegre é já ali, dirigindo-me para o Castelo. Acredita-se que o povoamento humano de seu sítio remonte a um castro, sucessivamente ocupado por Romanos, Visigodos e Muçulmanos. Após tirar umas fotos, passeie pela Vila, velha e um pouco decadente, e á saída parei numa rotunda, com uma estátua de 2 bois a lutarem, verdadeiro postal desta zona. Seguidamente rumei e Vilar de Perdizes, conhecidíssima aldeia, graças ao Padre Fontes, organizador dos famosos encontros de medicina popular. A aldeia é de facto muito bonita, merecendo uma viagem mais demorada. Á saída parei para comprar pão de centeio, num forno junto á estrada. O pão é divinal. E ainda estava quente, quando cheguei a casa. Depois segui por Carvalhelhos, terra das famosas águas engarrafadas e termas. Segui então pela N 311, desviando para o Parque eólico da Serra do Barroso, constituído por 9 aerogeradores. Impressionado pela paisagem, e após bater algumas fotos, desci em direcção á Barragem dos Pisões, onde parei para retemperar as forças do vento que no alto da Serra fazia. Aqui, a paisagem já não é tão agreste, e a calmaria da água relaxa, de facto. Finalmente retomei a viagem, em direcção a Cabeceiras de Basto, com uma breve paragem em Salto, para apreciar um famoso e muito concorrido parque de merendas. Em Cabeceiras parei frente á Igreja de S. Miguel, uma das últimas romarias de Verão, onde a minha Avó comprava cobertores para o Inverno. Daqui, por Fafe, rapidamente se chega á Cidade Berço.