VIAGEM À SUÍÇA
(De 14 a 22JUN2008)
1º Dia---14JUN2008 (Sábado)
Guimarães- Chaves-Verin-Benavente-Burgos-S. Sebastian-Biarritz-Arcachon
Começou mal esta aventura, pois o GPS não ligava, o que era grave, na medida em que tinha lá as coordenadas dos vários alojamentos. Suspeitando que seria um fusível, fiz-me á estrada e no fim da AE, perto de Chaves, reparei-o. Era de facto um fusível.
Segue-se uma loooonga travessia de Espanha, e ao princípio da tarde cheguei ao Albergue. Como estava fechada a recepção, fui até Biarritz, desfrutar da Cidade. Até andei num daqueles mini-comboios. É uma Cidade muito bonita que vive do seu passado de glamour. Por volta das 18H00 volto ao Albergue, e então recebo uma grande surpresa… o meu nome não constava das reservas. E não tinha que estar, pois devido a um engano meu, aquele Albergue era o último, e não o primeiro. Teria que andar mais 140 Kms.
Quando lá cheguei, a Arcachon, já era noite, e após meia hora às voltas, lá dei com o sítio. Estava tudo OK num envelope, com o meu nome. Impecável.
2º Dia---15JUN2008 (Domingo)
Arcachon-Bordeaux-Angoulême-Limoges-Montluçon-Mâçon-Genéve
Depois de um pequeno-almoço á rico, conselho do meu amigo homeopata Vítor Pereira, inicio este 2º dia, pela travessia de outro looongo País, a França. Sempre evitando as AE, que são caras, passei por estradas do interior, onde assinalam as vítimas dos acidentes. Macabro, mas talvez eficiente.
Já no fim da tarde, um irritante engano do GPS, e estava eu numa AE. Quase 200 Kms depois, estava a atravessar a fronteira da Suíça. O céu estava carregado. Em Genéve, dei com o Albergue, fiz o check-in e fui ao quarto sinalizar a minha cama com alguns sacos, entre os quais estava o GPS. Depois disto aconteceu-me uma cena caricata, vista a esta distância.
Desço á rua, para estacionar a mota no parque de estacionamento do Albergue, mas como era sentido único tive que dar uma volta por ruas e cruzamentos, que me desorientaram por completo. Andei ás voltas uma boa meia-hora, a chover, e sem GPS, que entretanto tinha ficado no quarto!!! Já perto do “desespero” numa visão milagrosa avisto o local. Rapidamente parqueei e fui para o relaxante banho. Que susto.
Como ainda era dia, deu para dar as primeiras voltas pela Cidade. Há muitas bandeiras portuguesas.
3º Dia---16JUN2008 (2ª Feira)
Genéve-Lausane-Yverdon les Bains-Neuchatel-Basel
Logo ao pequeno-almoço, deparo-me com portugueses que estavam a trabalhar na copa do Albergue. Foram muito cordiais, querendo saber de onde vinha. Disseram-me onde se compra a vinheta das AE, que é nos CTT lá do sítio, custa 40 Francos e dá para todo o ano. Depois, sempre com chuva, andei pela Cidade, desde a zona internacional, onde se encontra a sede das Nações Unidas e Cruz Vermelha. Agastado com o tempo, pois continuava a chover, e não era pouco, dirigi-me á zona ribeirinha, de onde se avista o famoso jacto de água, no Lago Léman, decorado apropriadamente ao Campeonato que está a decorrer. Reparo que neste País há muitas scooters. A meio da manhã, saio em direcção a Lausane, sempre junto á margem do Lago Léman. Apesar do tempo, uma paisagem deslumbrante!
Em Lausane visito a catedral, em bom estilo gótico. Depois fui para a zona ribeirinha. Segue-se Yverdon-les-Bains, muito fotogénica, e Neuchatel. Paro em frente ao Hotel onde estava a Selecção de Futebol. Ainda levei uma apitadela de um polícia, pois parei no sítio das bicicletas, junto aos semáforos !!! Meia hora depois, já estava a caminho de Basel. O albergue é junto ao Rio Reno, uma das grandes A E fluviais da Europa. Após o banho da praxe, sigo para a Cidade, dando ainda tempo para ver, num “fan zone”, um pouco do jogo que estava a decorrer. A zona ribeirinha é de facto a mais vistosa. De regresso ao quarto, está cheio, Há romenos, japoneses e russos.
4º Dia---17JUN2008 (3ª Feira)
Basel-Baden-Zurich-Schaffhausen-Konstanz-St. Gallen
Como sempre, levanto-me cedo e parto, depois de dar mais algumas voltas pela cidade. O tempo já está bem melhor, pois apesar de nublado, não chove. Baden, é a cidade que se segue. É bem pequena e pitoresca. Sigo para Zurich, que já não tem nada a ver. É uma cidadezorra. A zona ribeirinha e a parte antiga, por onde passeei, são um espectáculo. Por aqui cheira a dinheiro por todo o lado, pois vejo lojas de alta categoria. A cidade estava animada por italianos, adeptos de futebol. Comprei os primeiros recuerdos e mandei o usual postal para casa. No fim da manhã sigo para o norte, para ver as famosas quedas de água do Rio Reno.
Fiquei impressionado, quer pela quantidade de água, quer pelo barulho ensurdecedor. Há miradouros mesmo por cima da água !!! Há barcos que vão mesmo até às quedas. Têm entre 14000 e 17000 anos de idade. Depois vou até Konstanz, cidade alemã junto á fronteira. Pelo caminho, sou “obrigado” a frequentes paragens para fotos. Passo-me com as casas deles. É preciso mesmo ter bom gosto. St. Gallen está próximo. Venho junto ao lago Bodensee, que é lindo de morrer, e nesta estrada sou parado pela volta á Suíça em bicicleta, que estava a decorrer. Mais tarde, perto de St. Gallen, parti os meus óculos, pois quando me preparava para tirar uma foto rápida, devido á aproximação de um polícia que estava a multar carros, saiu-me de um bar, um suíço, a correr, voluntariando-se para tirar a foto, e com a pressa tentei tirar o capacete com os óculos. Parti-os.
St. Gallen é dominada pela grandiosa catedral, barroca, que estava fechada. Como o albergue estava afastado da cidade, tive que ir de metro de superfície, até lá, acompanhado de um jovem, que simpaticamente me foi dizendo os locais a visitar.
5º Dia---18JUN2008 (4ª Feira)
St. Gallen-Liechtenstein-Davos-St. Moritz-Flims-Andermatt-Hospental
Segue-se Liechtenstein, que para além do Castelo, não me despertou nada. Fiquei boquiaberto por ver um semáforo humano !!!Aqui comprei mais alguns recuerdos, e fui atendido por duas simpáticas portuguesas, de Joane. Ainda me fizeram 10% de desconto. Mais á frente, em direcção a Sul, pela primeira vez avisto neve, no alto das montanhas. Depois de muitas curvas, Davos, típica cidade de montanha, e alguns kms á frente, sempre a subir, estou em Fluelapass, rodeado de neve, a 2383 metros de altitude. St. Moritz, com o seu belíssimo lago, é ponto de paragem obrigatória. Por estas bandas, a paisagem “obriga-me” a muitas mais paragens, para fotografar. Julierpass, a 2284 metros de altitude é outra belíssima passagem de montanha. E por fim Oberalpass, com muitas vacas pastando, a 2044 metros !!! Após a vertiginosa descida, acompanhado por muitos motards, avisto Andermatt, famosa vila de sky, com as suas lojinhas de comércio, para turista ver. Hospental, onde vou pernoitar, é mesmo ali ao lado. Alojo-me num grandioso quarto, juntamente com um ciclista francês, que entrou mudo e saiu calado. Dormi na paz dos anjos, rodeado de montanhas cheias de neve. Maravilha.
6º Dia---19JUN2008 (5ª Feira)
Hospental-Brig-Zermatt-Martigny-Montreux-Saanen
Ainda anestesiado pela paisagem que me rodeia, tomo um fortificante pequeno-almoço, e parto, para mais uma passagem de montanha, o Furkapass, com neve nas bermas da estrada de 4 metros de altura, nesta altura do ano. Imagino como será o inverno aqui. A paisagem continua deslumbrante, recheada de cascatas aqui e acolá. Há linhas de comboio por todo o lado, furando as montanhas ou simplesmente subindo-as. Chego a Tasch, onde estaciono a mota, e apanho o comboio para Zermatt, pois esta vila não permite o trânsito automóvel. Vou acompanhado por um casal de idosos alemães, que não conhecem Portugal. Dei-lhes um folheto, sobre Guimarães, que o meu irmão pediu para distribuir.
Em Zermatt, apanho o caríssimo (76 Francos) comboio de cremalheira, que me irá levar ao topo da montanha, em Gornergrat, a 3135 metros de altitude. Após uma subida íngreme de 40 minutos eis que lá chego. A luminosidade até fere os olhos. Piso neve. Daqui avisto o fotogénico Matterhorn, ícone desta minha viagem. Simplesmente estou rodeado de uma paisagem ímpar, e de uma beleza brutal. Até me faltam palavras…
Após uma boa meia hora, inicio a descida. Desta vez acompanha-me uma australiana, que de Portugal, só conhece Ponte da Barca!!! Mais uma distribuição de folhetos,e ficou pasmada por Guimarães ser património mundial. Vêm-se alguns alpinistas nos trilhos das montanhas.
Retomo a viagem, aos comandos da mota, e sigo por Sion e Martigny. Aqui existe uma ponte medieval, toda feita de madeira. Aliás, facto muito usual neste País. Montreux fica mesmo ali ao lado. Só parei para fotografar o Castelo Chillon, muito bem enquadrado pelo Lago Léman. Já no fim do dia, tomo uma estrada, sempre a subir e rodeada de vinhas, até Saanen, onde pernoitei. Saanen é uma pitoresca aldeola, que no inverno fervilha de turistas, graças á neve.
7º Dia---20JUN2008 (6ª Feira)
Saanen-Interlaken-Luzern-Langnau-Bern-Fribourg
Bem cedo, abro a porta da varanda do meu quarto, e começo o dia com uma espectacular visão das montanhas que rodeiam Saanen. Inicio a viagem, descendo em direcção a Interlakem, que como o próprio nome indica, está entre dois lindos lagos. Surpreendo-me com uma estação meteorológica, um dos meus hobbies, em pleno centro da Cidade. Termómetro, anemómetro, higrómetro…estava tudo lá!!!
Depois de contornar os lagos, chego a Luzern, que segundo o Guia Michelin, é uma das dez cidades mais visitadas do Mundo. E vale mesmo a pena. A Cidade é referenciada pela Ponte Kapellbrucke, toda feita em madeira, e com uma extensão de mais ou menos 200 metros. Por baixo da Ponte passam cisnes, que vão comendo o que os turistas deitam. Nas vigas do tecto, existem decorações medievais, que deviam contar alguma história que não percebi. Num dos pilares escrevi o meu nome, data e Guimarães. Á volta de ponte, há uma miríade de ruas e ruelas, fechadas ao trânsito, cheias de lojas e turistas. Aqui aproveitei para comprar os últimos recuerdos. Por vota das 14H00, já estava a chegar a Bern, que é a Capital. Após estacionar a mota, desloquei-me para o centro, onde se encontra a Torre dos relógios, e a Rua Kramgasse, que tem numerosas arcadas, e que é considerada o maior passeio comercial da Europa. Nesta rua também existe a casa de Albert Einstein. Viveu aqui de 1902 a 1909, elaborando a sua famosa teoria da relatividade. Não fui visitar porque se pagava.
Após quase duas horas, desfrutando da cidade, parto em direcção a Friburg, que confesso, foi a cidade que menos gostei. A não ser uma majestosa Catedral, que estava fechada, esta cidade parece-me uma vulgar cidade medieval. Á noite fui ruidosamente acordado, pelos festejos turcos, após uma vitória sobre a França.
8º Dia---21JUN2008 (Sábado)
Fribourg-Lausane-Genéve-Lyon-Clermont Ferrand-Brive-Bordeaux-Biarritz
Este dia está talhado para uma loooonga travessia da França, com paragens para reabastecer e descansar.
Ao fim do dia chego a Biarritz, ao albergue que por engano estive no primeiro dia. Estou num quarto misto, e entro logo á conversa com um casal espanhol de La Riocha. Não conhecem Portugal. Depois aparece um Canadiano, futuro engenheiro aeroespacial, que estuda em Toulouse, na fábrica dos aviões Airbus. Tem viajado pela Europa toda, mas também não conhece Portugal. A todos eles, e na recepção, distribuí os últimos folhetos sobre Guimarães.
9º Dia---22JUN2008 (Domingo)
Biarritz-S. Sebastian-Vitória-Burgos-Benavente-Verim-Chaves-Guimarães
Último dia, talhado também para outra loooonga travessia da Espanha, com paragens para reabastecer e descansar.
Tal como no início desta viagem, o último dia também começou mal.
Depois de S. Sebastian, para evitar AE a pagar, fiz um desvio, por uma estrada que estava em obras. E ao virar, mesmo devagarinho, a mota escorregou numa poça de lama, que esta na berma, caindo. Que situação embaraçosa. A mota tombada, e os carros a passarem para lá e para cá. Não demorou 2 ou 3 minutos e apareceu um espanhol, que me ajudou a levantá-la. Estava toda suja, de lama. Arranco rapidamente. E na primeira estação de serviço há que lavá-la, a água quente e tudo.
Pelas 15h00 chego a Guimarães, com o pessoal todo á espera das prendas !!!